O primeiro ano da Gigi na escola está sendo bem tranquilo. Se adaptou super bem e ama a escola, as profes, os colegas...
Ela desejava ir desde o ano passado, mas precisava ter idade para ingressar no maternal. Então a vontade se juntou com a realização de estar finalmente na escola e foi tudo tranquilo.
Porém, com seu jeito carinhoso, ela tem de certa forma se excedido um pouco com relação aos seus beijos... Foi chamada a atenção dela, pois andava dando beijos na boca...
Numa conversa tranquila, consegui expor de forma simples que CRIANÇAS NÃO NAMORAM, e que beijos na boca são dados pelos adultos que se namoram. Ela acabou triste dizendo que sabia que estava fazendo uma coisa errada, e de novo eu reforcei que não era errado demonstrar carinho, mas que ela deveria fazer isso de outra forma, até porque escola não é lugar para isso.
Achei que tinha melhorado, porém voltou acontecer situações de beijos entre os colegas. Nós nunca incentivamos isso e abolimos a ideia de dizer que "fulaninho é namorado da fulaninha". Sei que entre eles é pura inocência e amor, mas não devemos incentivar um comportamento erótico que se manifesta através do beijo na boca.
Sei também que a manifestação sexual é normal entre as crianças,faz parte do desenvolvimento das mesmas, das descobertas delas consigo mesma e com o outro. Mas desde cedo elas precisam saber que existem limites.
Maria Helena Vilela*, autora do blog Nova Escola, aborda da seguinte forma:
"Crianças não namoram, elas se relacionam. Para os pequenos, o outro ainda não tem a importância que o adulto dá. Uma criança não gosta de outra porque sente vontade de beijá-la, abraçá-la ou ser a única companheira de suas brincadeiras. Os pequenos gostam dos outros porque eles demonstram prazer em brincar junto, devolvem seus brinquedos, inventam uma brincadeira divertida, emprestam lápis de cores…."
Já a psicóloga Rosely Sayão** afirma que "Crianças que trocam beijos na boca precisam apenas ser contidas e, ao mesmo tempo, ouvirem as explicações necessárias. Beijo na boca é coisa de namorados. Crianças não namoram."
Confesso que meu esposo se sente um pouco desconfortável com essa situação, mas ainda assim, conversa com ela a respeito sem ser dramático. É um parceirão mesmo na educação de nossas filhas.
E isso é um ponto importante na educação dos filhos, os pais falarem a mesma linguagem. Nós não nos contradizemos e sempre nos apoiamos. Caso algum de nós tenha exagerado, falamos isso á sós e só entre nós, para que quem exagerou possa rever sua conduta, sem que as filhas percebam.
É claro que esse nosso posicionamento referente aos beijos, pode soar machista, ou mesmo virem me dizer que estamos agindo assim porque são meninas. Sim não temos filhos homens e já encerramos nossa prole, porém estamos criando seres humanos, independente do gênero, os valores são os mesmos. Se eu tivesse filho menino, ele ia aprender a cozinhar, e secaria a louça e tudo o mais que ele fosse capaz de fazer, assim como as meninas. Aqui elas secam a louça quase sempre e uma tem 4 e a outra tem 6 anos e seus braços são saudáveis, por isso fazem isso e fazem muito bem.
Então independente do gênero educar é sempre um desafio. Precisamos ser firmes, estar ciente dos nossos valores e exigir que nossos filhos cumpram os acordos que são feitos.
Acabei de comprar um livro infantil chamado DE ONDE VEM OS BEIJOS. Comprei pelo site da Saraiva e estou aguardando para saber se é adequado para trabalhar com ela sobre esta questão.
SINOPSE DO LIVRO: O beijo é uma demonstração de carinho para as pessoas que gostamos. Ele fortalece os laços de amizade e amor. Na história de onde vêm os beijos? Você descobrirá diferentes tipos de beijo, o gosto, a maneira e a forma que cada um é dado. Um livro que encanta por seu texto recheado de carinho, amor e muitos beijinhos.
Nada melhor do que a Literatura para ajudar pais e mães que se sentem perdidos. Eu sempre recorro aos livros, aos textos, pois mesmo sendo mãe há 6 anos, cada dia é uma novidade e nem sempre é agradável, principalmente quando já tratamos o assunto e ele se repete como neste caso.
* Texto tirado do blog da Nova escola (clique aqui para ler na íntegra)
** Texto tirado da Folha UOL (Clique aqui para ler na íntegra)
Maria